Cordofone pequeno, com 12 cordas e uma boca ou centro oval horizontal, por volta de 86 cm de comprimento. Tem uma forma semelhante ao do Violão, embora em dimensões mais pequenas. O seu tampo está por vezes ornamentado com motivos florais embutidos. As suas cordas estão organizadas em cinco colocações, onde as três primeiras são duplas, e as outras duas são triplas. Usa preferencialmente o dedilhado, sendo considerada um bocado difícil de tocar, embora também misture o ponteado e o rasgado. “O seu toque combina de certo modo o dedilhado, o pontiado e o rasgado – a linha melódica essencial nas cordas agudas, muito em baixo, alternando com acordes de rasgado e até com pancadas secas na caixa, com os nós nos dedos, fazendo de percurtivo” (Oliveira, 1982, p.198).
É uma viola que surgiu por volta do séc. XVI, e teve um grande impulso em 1850, vindo da Beira Litoral (mais precisamente Ovar), especialmente na zona de Coimbra. O seu nome, “Toeira”, deve-se à terceira corda que possui, que tem o mesmo nome. Foi um instrumento muito utilizado principalmente para serenatas de Coimbra, onde se encontravam dois estudantes de Medicina de Coimbra, João de Deus e José Dória, que eram grandes mestres e instrumentistas, que utilizavam este tipo de instrumento. Começou a ser substituída pela Guitarra de Lisboa no meio académico, nos finais do séc. XIX. No entanto, continua a ser instrumento bastante utilizado por estudiosos deste tipo de cordofone. Costuma ainda assim ser muito utilizada em momentos festivos e romarias, sobretudo em conjunto com o cavaquinho.
Bibliografia
Oliveira, E. V. (1982). Instrumentos Musicais Populares Portugueses. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.