A Guitarra Portuguesa de Lisboa possui 12 cordas metálicas, divididas em 6 ordens duplas, e uma forma e dimensões bastantes distintas, principalmente na sua caixa de ressonância (indicada com a forma de uma pêra), pelo seu cavalete móvel em osso, pela sua afinação, e pela cravelha metálica em forma de leque. A técnica de tocar este tipo de cordofone baseia-se num dedilhar especial da mão direita, usando as unhas do dedo indicador e o polegar (ou então umas unhas postiças). Utiliza uma voluta em forma de caracol.
A Guitarra Portuguesa vem da cítara renascentista e do Alaúde árabe, mas muitos também admitem que vem do cruzamento entre a bandurra espanhola com o cistre inglês. Não se sabe ao certo, mas é indicado que este tipo de cordofone seria de origem árabe. A figura importante que nacionalizou este instrumento pelo que ele é hoje, foi António da Silva Leite, conhecido como o Mestre de Capela.
“Segundo Armando Simões, em Coimbra, no século XIX, não se construíam guitarras: a verdadeira indústria da construção desses instrumentos, naquela cidade, remota ao fim do século XIX e primeiro quartel do século XX. As primeiras guitarras ali utilizadas vieram de Lisboa, trazidas pelos estudantes; mais tarde elas vinham do Porto, mesmo quando já lá as faziam” (Oliveira, 1982, p.202).
“A guitarra portuguesa está actualmente indissoluvelmente e fundamentalmente ligada ao fado (com acompanhamento de violão), tanto na sua forma de Lisboa como na de Coimbra, mas essa ligação parece na verdade ser um facto recente.” (Oliveira, 1982, p.218).
Bibliografia
Oliveira, E. V. (1982). Instrumentos Musicais Populares Portugueses. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.